terça-feira, 22 de julho de 2008
terça-feira, 15 de julho de 2008
Cérebro, linguagem e aprendizagem
É impressionante como nos é incutido desde cedo a impressão de que ‘já sabemos disso’ – que é quase um ‘já vivemos isso’.
É como se já tivéssemos vivido a Vida em vidas passadas e agora só ‘passamos adiante’. Falta o encantamento. Falta o descobrir. A cultura nos deu a linguagem e às vezes temos a falsa impressão de que a linguagem é suficiente para se atingir o pleno entendimento de algo. ‘Saber algo’ parece-nos fácil, armados de linguagem.
Separamos o pensar do sentir. Como pensar sem sentir? Quanto do entendimento pode ser atingido sem a impressão, sem a intuição? Como entender algo sem sentir que se pode entendê-lo?
Nossa consciência é como um iceberg que flutua pelo oceano de nosso cérebro, trocando energia e matéria com o resto, abrangendo cerca de 10% dele.
Uma parte dela é traduzida em linguagem.
E os outros 90%? O que nosso cérebro faz com eles?
Capta todas as informações advindas do meio - sente o mundo –, além de organizar e coordenar boa parte dos intrincados movimentos de nosso corpo a cada segundo ajudando a gerar a harmonia que nos constitui.
De que adianta então querer usar somente 10%? Quanto de qualquer informação se realmente apreende do meio sem usar o resto de sua mente?
E quanto à emoção bem particular de se apreender algo?
Cada fragmento de ‘realidade’ que aprendemos, devido à sua própria natureza em interação com a de cada um, tem a capacidade de gerar sentimentos únicos que constituem o processo de aprendizagem.
Uma vez convertida em sentimento, a informação, por vezes, pode ser re-traduzida em lógica lingüística - vestida em palavras - ou outros tipos de linguagem que se distanciam da lógica e buscam uma comunicação mais direta – de inconsciente para inconsciente - havendo, claro, níveis variados de perda de energia em cada conversão.
Usando-se, pois, a maior parte do cérebro possível, buscando-se a união do consciente e o inconsciente, talvez cheguemos mais perto da intangível realidade.